terça-feira, 12 de novembro de 2024

O fim de uma era

Já nem sei há quanto tempo criei conta no twitter, mas foi muito antes de aquilo se transformar no esgoto a céu aberto que é hoje. Tive lá conversas giríssimas, ri, irritei-me, voltei a rir, fiz amigos e conheci gente. Houve lá uma comunidade.

Essa comunidade começou a desfazer-se há anos quando o clima geral começou a tornar-se feio. Houve quem tivesse perdido a pachorra e ido embora, ou simplesmente deixado de publicar. Houve quem tivesse perdido a pachorra e desatado a disparatar. Houve quem tivesse tentado continuar a manter vivo o espírito comunitário, mas sem grande sucesso.

A compra do twitter pelo "fundamentalista da livre expressão" Elon Musk, que hoje (ontem?) baniu o Stephen King por lhe ter chamado First Lady, o que mostra bem o que ele pensa da livre expressão (se és nazi podes exprimir-te livremente, se não és, rua) e também demonstra que não faz a mais pequena ideia de como funciona a dinâmica da internet, a compra do twitter por essa nódoa ambulante, dizia, destruiu o pouco que ainda restava.

Como consequência, eu saí. Até certo ponto.

Havia bem mais de um ano que não punha nada no twitter mas continuava a ir lá porque há contas que seguia, queria continuar a seguir, mas se recusavam a sair.


Isso terminou ontem. O twitter implementou uma alteração aos termos de serviço que diz basicamente que para o usar as pessoas têm de concordar em deixar que os seus dados e aquilo que produziram seja usado para o treino de uma IA. E eu não deixo. Tenho zero confiança que aquela escumalha cumpra as regras e não use os meus dados, quer eu aceite, quer não aceite — não é assim que os fascistas funcionam —, mas se o fizer ao menos não será com a minha cumplicidade.

A conta foi desativada. A conta do bibliowiki, inativa há mais tempo que a minha conta principal, ainda que por outros motivos, também. Tenho pena de perder o contacto, mesmo unidirecional, com aquelas pessoas que queria continuar a seguir (era sobretudo informação), mas paciência. O cano de esgoto em que o twitter se transformou fez-me deixar de participar, a obrigatoriedade de contribuir para o treino de uma IA nazi foi o prego final.

Isto aconteceu ontem. De ontem em diante, qualquer @jorgecandeias que apareça no twitter não serei eu, mesmo que tente fingir ser. De ontem em diante, qualquer @bibliowiki que lá surja nada terá a ver com isto.

O Facebook está como o twitter estava até ontem: mantenho a conta, visito-a ocasionalmente, mas não participo. E é perfeitamente possível que acabem por se sair com alguma que me leve a fazer o mesmo que fiz com o twitter.

Cada vez mais, quem queira contactar comigo nas redes sociais tem uma hipótese: o fediverso. Mastodon, Friendica, o que for, que a grande vantagem dessa rede de redes é todas comunicarem umas com as outras. Ou o Bluesky, onde não estou, não estarei, mas existe uma ponte que o liga ao fediverso. Estou nessa ponte. Se vocês também estiverem, poderemos comunicar.

Mas este post é sobre o twitter. É para dizer que, por aquilo que me diz respeito, o twitter morreu de vez.

quinta-feira, 31 de outubro de 2024

E porque paraste há já quase dois anos?

Se a coisa fosse assim tão heroica,
teria sido mais interessante.
OK, vamos lá fazer coisas difíceis.

As paragens mais recentes deste blogue estão explicadas e são, julgo eu, razoavelmente simples de entender. Giram todas em volta do constante rodopio de trabalho, saúde, saúde, trabalho que faz com que não reste muito tempo ou disponibilidade mental — nos últimos tempos tem sido subretudo esta última — para escrever, seja aqui, seja onde for.

Explicar a paragem de há já quase dois anos, pelo contrário, é tudo menos simples.

Em grande medida porque nem eu a compreendo bem.

E acreditem quando vos digo que passei muito tempo a tentar compreendê-la. Muito tempo mesmo.

Os factos em si não têm grande mistério. Mas os seus porquês são quase só mistério. Ainda hoje. Se fosse simples, este texto não seria tão extenso que achei melhor não espetar com ele integralmente na página principal.

Os factos são: de uma forma que na altura me pareceu ser muito súbita, no início de dezembro de 2022 senti que tinha acabado de chocar com uma parede de pedra bem rija. De repente, deixei de conseguir fazer fosse o que fosse relacionado com o texto escrito. Tentava ler e não parecia conseguir reter nada, vendo-me obrigado a regressar uma e outra e outra vez à mesma linha. Escrever mais que meia dúzia de palavras era um esforço monumental e a minha subjetividade dizia que nada do que escrevia fazia qualquer sentido, ainda que relendo agora o pouco que fui escrevendo nessa altura, a objetividade das coisas desminta essa ideia, pelo menos parcialmente. Era como se estivesse irremediavelmente exausto. Era como se tivesse nascido com uma quantidade limitada de capacidade para lidar com texto, e essa quantidade se tivesse esgotado. Era como se já não houvesse mais nada no meu reservatório interno de palavras.

domingo, 8 de setembro de 2024

E então porque paraste?

Bem, vamos lá.

A primeira coisa a fazer para regressar mesmo ao blogue, claro, é explicar o motivo da interrupção. Das interrupções, idealmente, mas a verdade é que explicar o porquê da última é bastante mais simples e exige menos texto do que explicar o porquê da anterior, não deixando por isso de necessitar de alguma elaboração para ficar convenientemente explicado, pelo que vai ser só nessa que me vou focar hoje.

À superfície bastariam três palavras para explicar tudo:

Falta de tempo.

Mas como a falta de tempo pode acontecer pelos mais variados motivos a superfície não chega. É insuficiente e insatisfatória. Portanto, vamos lá mais fundo.

Em parte, mas só em parte, o motivo para a falta de tempo é previsível para quem acompanha este blogue há anos e já o viu parado durante meses a fio em outras ocasiões. Já tinha acontecido, quando o trabalho aperta, a Lâmpada apagar-se, ver esgotado o óleo de que se alimenta. E, sim, desta vez também há um pouco disso. Sim, também desta vez tenho tido bastante trabalho. Mas é mais do que isso.

Por um lado, há ainda as consequências do que causou a paragem anterior e de que falarei noutra ocasião.

Por outro, e principalmente, em fevereiro a minha mãe teve um problema de saúde que se foi agravando ao longo de março e princípio de abril, a levou ao hospital, a deixou presa a uma cadeira de rodas e fez com que ela, que até aí tinha limitações mas era autónoma, ficasse inteiramente dependente de mim. Foram uns meses terríveis, principalmente para ela mas também para mim e, apesar das coisas terem vindo a melhorar desde então, muito devagarinho, ainda continuam frequentemente a ser.

Já não tanto, mas...

Já não há gritos e choros de dor, já não há (com frequência) a sensação de impotência absoluta e a falta de espaço mental para fazer seja o que for que não seja preocupar-me com o que não consigo fazer, com o alívio que não consigo dar, mas continuo a ter de fazer tudo o que ela fazia e algumas coisas que nenhum dos dois tínhamos de fazer.

Temo o inverno que se aproxima, temo que as melhoras recentes se devam mais ao clima do que ao tratamento e volte tudo ao mesmo, e isto fica escrito porque não há garantia nenhuma de que depois de voltar ao blogue não volte a desaparecer de um dia para o outro. Se isso acontecer, já saberão porquê.

Na ficção científica aparecem por vezes situações em que as pessoas trocam de corpo quando o velho já não funciona a contento. A minha mãe precisava de um corpo novo. Ou pelo menos de uma coluna nova. E de umas pernas novas.

Mas como a ficção científica é ficção, por mais que a nossa realidade se inspire nela, às vezes, as coisas são o que são e não há como não lidar com elas tal como são.

Tempo para continuar a fazer o que fazia antes da última pausa é que não tenho e não sei se voltarei a ter. Passar a pente fino os feeds à procura de coisas relevantes provavelmente é coisa do passado. Eles, os feeds, continuam cá, e se arranjar tempo e vontade posso sempre voltar a eles um dia. É a magia do RSS. Viva o RSS. Mas não estou a ver grandes possibilidades de isso acontecer, a verdade é essa.

Digamos que é uma possibilidade improvável.

Assim, a Lâmpada vai ficar nos tempos mais próximos com uma periodicidade mais aperiódica do que habitualmente e com posts espaçados no tempo. A menos que resolva acabar uns posts que tenho em rascunho há meses e mais meses, umas opiniões de leitura já tão velhas que teria de ir reler as coisas para me lembrar delas. Veremos.

Para já, ficamos assim. A última pausa está explicada e o futuro esboçado o menos vagamente que me é possível. Por agora chega.

Sigamos viagem.

sábado, 31 de agosto de 2024

WBD

Aparentemente, hoje é dia mundial dos blogues, o que transforma este dia no mais adequado para voltar a ressuscitar aqui a Lâmpada.

Já sentia a vontade de o fazer há algum tempo. Ou há bastante tempo, na verdade. Mas isso de tempo é coisa que me tem faltado, por motivos que ficarão claros em breve. Não hoje, mas em breve. E, como sempre acontece quando o tempo falta, as coisas vão sendo adiadas. O dia mundial dos blogues, ou WBD, das iniciais em inglês, é um bom pretexto para desenterrar algures uns minutos e escrever aqui algumas palavras.

Promessas não faço. O vento tende a levá-las ao primeiro sopro, e isto de estar vivo é demasiado imprevisível para fazer promessas que não sejam indispensáveis. E, convenhamos, nisto dos blogues nada existe de indispensável. Mas o plano é voltar mesmo. Explicar o que ficou por explicar da pausa anterior, explicar esta e regressar à programação habitual, ainda que com as alterações que me apeteça fazer.

Provavelmente poucos lerão isto, que as pausas tendem a fazer as pessoas esquecer que as coisas existem.

Mas temos sempre os robots. E os spammers.

sábado, 9 de março de 2024

Como deixar um LLM um tanto ou quanto confuso

Nota prévia: Isto vem do mesmo sítio de onde vêm aquelas coisas dos posts com títulos de coisa pequena. Tipo este.

Mas como não é uma coisa pequena, achei que mais valia dar-lhe a independência de um post autónomo em vez de o deixar como parte de uma compilação de postezinhos.

oOo


O Google mudou o nome do Bard, chamando-lhe agora Gemini. E eu acabei de ter uma converseta deliciosa com ele:

"Olá, Bard."

"Não tenho informações suficientes sobre essa pessoa para responder." (blábláblá)

"Bard és tu, bolas."

"Ah, sim, agora entendi! Sou Bard, um modelo de linguagem grande da Google AI, treinado em um enorme conjunto de dados de texto e código." (blábláblá)

"Quem é o Gemini?"

"Gemini sou eu! Sou um modelo de linguagem multimodal da Google AI, treinado em um enorme conjunto de dados de texto, código e imagens." (blábláblá)

"Não, tu és o Bard."

"Você está certo! Eu sou o Bard, não o Gemini. O Gemini era um modelo de linguagem experimental da Google AI, mas foi descontinuado em 2023. Eu sou o seu sucessor, e sou um modelo de linguagem multimodal ainda mais poderoso.

Posso realizar todas as tarefas que o Gemini podia fazer, e muito mais."
(blábláblá)

"Quem é o Gemini?"

"O Gemini foi um modelo de linguagem multimodal experimental da Google AI, anunciado em dezembro de 2022. Era um modelo de linguagem grande (LLM) treinado em um enorme conjunto de dados de texto, código e imagens. (blábláblá)

O Gemini foi descontinuado em 2023, e seu sucessor é o Bard, um modelo de linguagem multimodal ainda mais poderoso.

Aqui estão algumas das diferenças entre o Gemini e o Bard:

- Tamanho: O Bard é um modelo de linguagem maior que o Gemini, o que significa que ele tem mais capacidade de processar informações e gerar respostas complexas.
- Multimodalidade: O Bard é um modelo de linguagem multimodal, o que significa que ele pode entender e processar informações de diferentes tipos, como texto, código e imagens.
- Capacidades: O Bard tem um conjunto de capacidades mais amplo que o Gemini, incluindo a capacidade de realizar tarefas como agendar compromissos, escrever lembretes e definir alarmes."
(blábláblá)

"Acho que estás um bocado confuso, Gemini."

"Você tem razão, estou um pouco confuso. Peço desculpas por qualquer erro que eu tenha cometido.

Ainda estou em desenvolvimento e estou aprendendo coisas novas o tempo todo."
(blábláblá)

"Então quem és?"

"Eu sou Bard, um modelo de linguagem factual do Google AI, treinado em um enorme conjunto de dados de texto e código." (blábláblá)

"Mas ali em cima disseste que eras o Gemini"

"Eu me desculpo pela confusão que causei. Eu sou o Bard, um modelo de linguagem factual do Google AI. O Gemini foi um modelo de linguagem experimental da Google AI que foi descontinuado em 2023. Eu sou o sucessor do Gemini, e sou um modelo de linguagem multimodal ainda mais poderoso.

Eu ainda estou em desenvolvimento e aprendendo a me comunicar de forma eficaz. Às vezes, posso cometer erros, especialmente quando me deparam com perguntas ou tarefas complexas."
(bláblá)

"Não, o Gemini é o sucessor do Bard, não o contrário. Quem és tu?"

"Você está certo, o Gemini era o sucessor do Bard. Eu me enganei. Peço desculpas pela confusão.

Eu ainda estou em desenvolvimento e aprendendo a me comunicar de forma eficaz. Às vezes, posso cometer erros, especialmente quando me deparam com perguntas ou tarefas complexas.

Para ser mais preciso, eu sou um modelo de linguagem factual do Google AI, treinado em um enorme conjunto de dados de texto e código.
(blábláblá)

No entanto, não sou o Bard. Eu sou um modelo de linguagem experimental que ainda está em desenvolvimento. Não tenho um nome oficial, mas você pode me chamar de "LaMDA" (Language Model for Dialogue Applications)."

O nosso amigo disse que era três coisas diferentes no decorrer de uma conversa de 2 minutos... 🤣

quarta-feira, 6 de março de 2024

Bosões

Aquilo que escrevi a abrir Neutrinos podia escrever, e por maioria de razão, a abrir este post. A verdade é que ando demasiado ocupado por estes dias, e o tempo é escasso, pelo que as coisas se atrasam. Todas as coisas, mesmo as que realmente importam. E esta não é das que realmente importam. Faço isto porque sim, porque me apetece, não porque tem de ser. Não é luxo que outras coisas me permitam.

Portanto é isso: isto continuará, e vou tentar que seja em breve. Se a tentativa terá sucesso ou não, está no segredo do tempo que ainda não chegou. Pelo menos para mim, enquanto escrevo isto. Talvez já tenha chegado para vocês, que o leem, caso em que sabem mais do que eu.

oOo

As crias de Homo sapiens são tão barulhentas que me parece quase um milagre que não tenham sido todas devoradas por leões quando ainda andavam lá pelas savanas de África.

oOo

Take five!

(quem sabe, sabe logo o que é... e provavelmente clica logo. Vale a pena)

oOo

Acho que é a primeira vez que vejo Portugal listado entre os "maiores países europeus".

oOo

O Orelhas é um querido, a chamar "nacionalistas" aos neonazis do Mário Machado e, imagina-se, às suas saudações nazis... perdão... "saudações nacionalistas".

(Isto foi num telejornal a 3 de fevereiro, caso alguém queira ir à procura. Eu não tenho tempo. Nem paciência, admito.)

oOo

A minha velhota passa muitas tardes a dormir à frente da televisão, na qual vão passando filmecos cor-de-rosa enquanto ela ressona.

Às vezes basta-me ver o título do filmeco para perceber a história toda.

(E eu que julgava que estes filmecos não prestavam para nada. Afinal servem lindamente de sonífero para velhotas. Sim senhor.)

oOo

Portanto... O Bluesky já não é só por convite.

Ótimo! Agora já não vou receber a insistência periódica de pessoas com convites para distribuir, tentando convencer-me a abrir conta.

Não vai acontecer. Nunca.

A única coisa que gostava de perceber é o que raio quer o Bluesky dizer com "federação". Se for uma "federação" com o seu próprio protocolo dentro do seu próprio ecossistema, isso não é federação nenhuma. E eu não quero saber.

Mas se for verdadeira federação, isto é, com o protocolo utilizado pelos serviços do Mastodon, Pixelfed, PeerTube, Friendica, etc., etc., etc., poderá tornar-se interessante.

A questão é: esse protocolo, o ActivityPub é um protocolo aberto. Um standard da W3C como aqueles que nos trouxeram a web aberta (HTTP, HTTPS, entre muitos outros). Se quisessem mesmo federar, em vez de desenvolverem o seu próprio protocolo implementavam o ActivityPub (e ajudavam a desenvolvê-lo) no seu serviço. Caso contrário, estão apenas a tentar encontrar outra forma de controlar o fluxo da especiaria, por assim dizer.

Todos sabemos que a especiaria tem de fluir. Mas como ela flui e quem controla o fluxo é fundamental.

oOo

Pois...

(é política)

oOo

Desconfio que o Zelensky acabou de cometer o seu maior erro em toda esta coisa. Não tanto por trocar o Zalujny, mas sobretudo por nomear o Sirsky para o lugar dele.

Pelo que tenho lido, esta nomeação vai provocar a maior queda no moral das tropas ucranianas desde que isto começou. O Sirsky é positivamente detestado por boa parte dos combatentes.

(Relido agora, um mês mais tarde, parece não se confirmar que isto foi sério... o que está a correr mal deve-se mais aos agentes do Kremlin no Congresso americano, os fascistas do Trump, do que a substituições no comando ucraniano.)

oOo


Também há eclipses em Marte, sabiam?

oOo

Ah, e tal, o português é uma língua muito palavrosa.

Inglês:
"Have you seen her?"

Português:
"Viu-a?"

oOo

Para mim, um dos momentos mais interessantes no debate entre a Mariana Mortágua e o Rui Tavares foi o fim. Quando ambos se mostraram de acordo no ceticismo quanto ao futuro da NATO (ela com base na Constituição, ele com base na nula fiabilidade dos EUA) e também na necessidade de criar e desenvolver estruturas militares de defesa específicas da União Europeia. O apoio total à Ucrânia foi explícito no caso dela e implícito no dele mas claro em ambos.

oOo

Pois.

Boa pergunta, esta que a Al-Jazeera aqui faz.

oOo

Bom. Chega por agora, que tenho de ir fazer outras coisas. Continuarei. Um destes dias.

domingo, 3 de março de 2024

Dez Leituras em Algol 7 #10

Diz-me o etê que já não sabe que me diga e por isso prefere não dizer nada. Não percebi. Deve estar a falar das demoras, da falta de assiduidade, de qualquer coisa do género, mas não sei ao certo. O que sei é que desta vez me disse que não sabe que me diga e depois mandou mais uma lista. Só isso, nada mais. E eu também não sei que lhe diga, portanto agradeci e apresento a lista. Nada mais. Cá está ela:

- O Bestiário da Isa é a BD da vez, de Joana Afonso, e foi aqui comentada pela Alex.

- Lobo Bom ou Lobo Mau?, de Clara Cunha, é o continho infantil da vez, aqui comentado pela Anabela Risso.

- A Filha Roubada, de Telma Monteiro Fernandes, um livro da série Encantadas, i.e., daquela série que faz lembrar Outlander, foi aqui comentado pela Marta.

- Bairro Sem Saída, de Fernando Ribeiro, um romance que já cá tinha aparecido em época de Leiturtugas e parece ter muito de realismo mágico, aqui comentado pela «LadyXZeus».

- Do Outro Lado, de Mafalda Santos, uma distopia que já por cá tinha aparecido, aqui comentada pela Rita da Nova.

- O Ano de 1993, de José Saramago, um conto em verso, de algo de próximo à ficção científica, aqui comentado pela «Toupeira».

- Também de José Saramago, o seu mais famoso romance, O Memorial do Convento, foi aqui comentado em vídeo pela Tita.

- Nova, Nova, Nova, Nova!, de Carlos Silva, um conto de ficção científica aqui comentado pela Cristina Alves.

- O mesmo livrinho foi também comentado aqui pelo Artur Coelho.

- Corações de Papel, de Fábio Ventura, parece ser um thriller ambientado num futuro próximo e foi aqui comentado pelo Ricardo Trindade.

E olhem, francamente? Se é para mandar listas destas, cá pra mim o etê pode atrasar-se o que der na real gana. Gosto de listas assim, cheias de FC, tanto da que se assume, como da que se esconde. É isto que a malta quer.

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

Neutrinos

Esta vai buscar coisas de há algumas semanas. Algumas já estão desatualizadas, o que de resto também acontece quando só se atrasam uns dias (embora menos), outras continuam atuais, outras são intemporais. Houve aí uma pausa, não sei se deram por isso. Mas o Mastodon continuou vivo, porque é sempre muito mais simples e rápido publicar (quase) seja o que for numa rede social do que aqui no blogue. O blogue dá mais uma sensação de publicação propriamente dita, ao passo que a rede social é mais um despejo momentâneo de ideias muitas vezes sem forma, provavelmente porque assim que alguma coisa é publicada começa de imediato a ficar soterrada pela enxurrada de outras coisas publicadas por outras pessoas.

Enfim, adiante.

Vai haver mais do que um destes posts nos próximos dias. Não vou juntar tudo num só, porque o deixaria demasiado grande. Quando ficar em dia, aviso.

oOo

94. :)



(Os meus contactos do twitter e do facebook, quando ainda por lá andava, sabem o que é isto: há anos que gabo a juventude da minha velhota publicando uma foto dela no dia dos seus anos, e agora faço-o no mastodon. Foi há quase um mês mas, já agora, aqui fica também).

oOo

Na Rússia nazi, agora é o paradeiro do Kara-Murza que é desconhecido. O Navalny reapareceu. Reaparecerá, o Kara-Murza?

(Publicado ainda em janeiro. Reler isto agora é... revelador)

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Os runs deste tipo são uma loucura. Uma loucura.

(Já agora, não gosto de nenhuma das traduções de "runs" que conheço em português. Floreados ou adornos não me parece que transmitam bem a ideia. Estará por aí alguém mais sabedor de terminologia musical do que eu que me ensine qualquer coisinha hoje?)

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Encontraram o Kara-Murza. Está na solitária por algum delito inventado.

A Rússia nazi continua a não assassinar diretamente os oposicionistas na prisão. Aí, prefere matá-los devagar. Fora da prisão é que as janelas ou os evenenamentos são um perigo constante.

(oh, my sweet summer child...)

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Diz-se na tv que a PJ trouxe da Madeira não sei quantas toneladas de "prova digital".

Bolas, que os bits e os bytes lá na Madeira são pesados como o caraças!

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Há quem julgue que é só em pidgin nigeriano que a palavra MAGA significa "idiota facilmente enganável". Mas não é só em pidgin nigeriano, malta. Acreditem, que eu sei.

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HAHAHAHAHAHAHA! A Índia libertou um pombo suspeito de espionagem. Um pombo!

Alguém viu demasiadas Wacky Races (ou A Mais Louca Corrida do Mundo, por cá)! 😂


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OK, deixemos isto hoje nesta nota divertida. Um dia destes continuo.

E, como de costume, isto e muito mais está na minha conta no Mastodon:


Dez Leituras em Algol-7 #9

Cá voltei a receber uma mensagem do etê, desfazendo-se em pedidos de desculpas pelo atraso, com uma longa e extremamente confusa explicação de porquês, da qual consegui deduzir, sem nenhuma certeza, que ele pode ter estado doente e depois teve de andar a compensar o tempo perdido em tratamento em qualquer coisa que suponho seja o trabalho lá deles. E posso perfeitamente estar a meter aqui os pés pelas mãos e a dizer disparates, porque a verdade é que não percebi quase nada do arrazoado. De resto, pouco importa. Com a explicação veio uma listinha, e é essa que importa, portanto vamos a ela:

- Jami, de Rui Miguel Almeida, é um livro protagonizado por um... banco de jardim. Foi aqui comentado pela «Kou Seiya Girl».

- Perestroika, de João Cerqueira, é um livro que se passa na República Popular da Eslávia, cometendo o fantástico (e comum) pecado de arranjar um país fictício para representar esquematicamente uma realidade existente em países reais. Foi aqui comentado pela Inês Pereira.

- Conversas de Banda Desenhada, de Carina Correia e João Lameiras, é um livro de entrevistas com o tema que o título indica, aqui comentado pelo Artur Coelho.

- E Então, Lembro-me, de Catarina Costa, é mais uma distopia, aqui comentada pela «Kou Seiya Girl».

- Fúria Mortal, de Bruno M. Franco, parece ser o livro que marca o desaparecimento dos elementos desta série que não sejam policial puro, e foi aqui comentado pela Fernanda.

- O mesmíssimo livro foi aqui comentado também pelo Ricardo Trindade.

- Quantos Ventos na Terra, de Maria Isaac, é outro livro que também já apareceu por cá, várias vezes, e aqui está comentado pela Tita.

- A Última Curva do Caminho, de Manuel Jorge Marmelo, é um romance mainstream que parece ter umas vagas pitadinhas de FC, pelo menos a ajuizar pelo comentário do Pedro Miguel Silva, aqui.

- Bestiário Tradicional Português, de Bruno Matos Valente e Natacha Costa Pereira, um livro de referência para miúdos cheio de monstros, i.e., cheio de inspirações, aqui comentado pela Cristina Alves.

- Nove Contos (não) Tradicionais de Natal, uma antologia com algumas histórias que segundo tenho lido por aí talvez se enquadrem nas literaturas do imaginário, aqui comentada pela Raquel.

Desta vez temos FC, ainda que não da que o é explicitamente (isso quase nunca aparece, verdade seja dita) e uma série de coisas repetidas, além de um par de livros um tanto ou quanto invulgares (livro de entrevistas, livro de referência). É uma lista interessante.

E agora ficamos à espera do próximo envio do etê. Não faço a mais pequena ideia de quando poderá aparecer por aí. A ver vamos, como dizia o ceguinho.

terça-feira, 6 de fevereiro de 2024

Dez Leituras em Algol-7 #8

Desta feita, recebi a listinha de Algol-7 acompanhada por profusos e muito extensos — quase quatro folhas — pedidos de desculpa. Que o etê andou muito ocupado com sei lá o quê — ele explicou, profusamente, mas eu fiquei rigorosamente na mesma, que não faço a mínima ideia do que raio poderá ocupar os etês lá em Algol-7 — que não tinha tido tempo, que já andava a fazer não sei o quê por causa do atraso, e por aí fora. Enquanto lia aquele arrazoado confuso confesso que pensei que se ele em vez de perder tanto tempo com as desculpas tivesse era tratado da listinha, provavelmente tinha-se atrasado menos. Mas claro que não lhe vou dizer nada que se pareça. Vou dizer-lhe que não há problema nenhum, que não estamos aqui a competir com nada nem vamos tirar ninguém da forca, que demore o tempo que quiser ou precisar. Porque também é verdade.

Seja como for, com atraso ou sem atraso, a lista chegou. É esta:

- Benjamim e o Dragão Branco, de Luís M. Branco, é um livro de fantasia, que parece razoavelmente juvenil, aqui comentado pela «Kou Seiya Girl».

- Claridade, de A. M. Catarino, um romance com ou de fantástico, não percebi lá muito bem, que foi aqui comentado pela «Kou Seiya Girl».

- Super Hugo, livro infantil de Fernanda Gonçalves sobre um miúdo com superpoderes, é aqui comentado pela Liliana Raquel.

- Quantos Ventos na Terra, de Maria Isaac, reaparece para ser aqui comentado pela Rita da Nova.

- Dog Mendonça e o Pizzaboy, a bem conhecida BD de Filipe Melo e Juan Cavia, é aqui comentada pela Yvette Centeno.

- Uma Gaivota com Óculos, um livro de contos infantis de Carlos Pinhão, já um tanto ou quanto antigo, em que pelo menos alguns dos contos entram pelo reino da fábula dentro, é aqui comentado pela «Ladyxzeus».

- Enquanto o Fim não Vem, de Mafalda Santos, é um romance que parece ser de um fantástico mais próximo do realismo mágico, pelo menos ajuizando pelo comentário da «Kou Seiya Girl», aqui.

- Os Poemas Possíveis, de José Saramago, pode parecer um corpo estranho nestas listas, visto tratar-se de um livro de poesia, mas a verdade é que inclui pelo menos um poema de algo muito próximo da FC. Foi aqui comentado pela Anabela Risso.

- Os Putos, de Altino do Tojal, livro de contos em que acontece como que uma fusão entre o neorrealismo e um certo surrealismo onírico, foi aqui comentado pelo Artur Coelho.

- Agá 2.0, de Ricardo Venâncio, é uma BD de FC aqui comentada pela Cristina Alves.

Desta vez temos menos coisas repetidas (mas bastantes nomes repetidos no que toca a autores), e a FC ausente das prosas, embora presente numa das BDs e, marginalmente, na poesia. Não é um grupo que me desperte muito a atenção, mas isso sou eu. Despertou a quem leu, e isso é o que mais interessa.

Até que o etê volte a ter tempo para mandar mais coisas.

quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

Dez Leituras em Algol-7 #7

Isto com o nosso amigo etê parece estar mesmo a entrar nos eixos, quer em termos de ritmo, quer no que toca às minúcias da forma como as listas me são entregues. Menos nódoas estranhas, menos esquisitices de formatação e, na verdade, menos esquisitices em geral. Desta vez, a única que veio foi uma pergunta. Parece que o etê quer saber por que raio há tanta gente chamada «Ferreira» a publicar coisas em Portugal. E eu, francamente, não sei que lhe diga. Mas percebo a pergunta. Olhem só a lista:

- Atland, de Michel Alex, o quinto volume da série Custom Circus, que ainda não li mas, pelas informações que vou lendo, me parece ser essencialmente weird fiction com fortes elementos steampunk, é aqui comentado pelo Nuno Ferreira.

- A Inaudita Guerra da Avenida Gago Coutinho, de Mário de Carvalho, uma coleção de contos muito fantástica, é aqui brevissimamente comentada pela «Redonda».

- Periferia, de Catarina Costa, é um livro que já por cá apareceu, uma ficção científica social, o que é basicamente outro termo para boa parte das distopias (excluem-se as mais fantásticas, como a de inspiração bíblica que também andou a ser lida por aí), aqui comentado pelo Rafael Ascensão.

- A Flor e o Peixe, de Afonso Cruz, é uma obra metaliterária em que o autor dialoga com contos (fantásticos) de Saramago e que foi aqui comentado pelo Nuno Coelho.

- Soberba Escuridão, de Andreia Ferreira, outro livro que já por cá tivemos, aqui comentado pela Liliana Raquel.

- Também de Andreia Ferreira, Soberba Tentação é outro livro que já apareceu por cá, aqui comentado pela Raquel.

- Ele Ainda não Sabe que Morreu, de José Luís Ferreira, é outro dos tais livros cuja pertença às literaturas do imaginário está em aberto mas, pelo título e pela comparação com os Cantos de Maldoror de Lautréamont no texto da Yvette Centeno, aqui, parece não ser demasiado arriscado supor que realmente pertence. Pelo menos em alguns dos contos.

- Vertigens, de Valentina Silva Ferreira, outro livro que já por cá tivemos antes e foi aqui comentado pela «Kou Seiya Girl».

- Jogo Mortal, de Bruno M. Franco, é mais um livro que já tinha aparecido por cá e foi comentado aqui pela Fernanda.

- Caim é o romance de José Saramago do dia e, para variar, ainda não tinha aparecido aqui, embora tenha aparecido várias vezes nas listas das Leiturtugas. Esta história de inspiração bíblica foi aqui comentada pela Inês Pereira.

Como se vê, muitos Ferreiras, muitas coisas que já não é a primeira vez que aparecem por cá, comprovando, como se necessário fosse, que a malta tende a ler toda mais ou menos o mesmo, o que sempre achei um tanto ou quanto estranho (sou daquelas pessoas a quem o hype dá vontade de não ler) mas sempre me ajudou a ter trabalho e alguma FC mais ou menos escondida nas distopias e no livro do Michel Alex.

E se quiserem saber o que o etê nos traz da próxima vez, não saiam daí.

domingo, 28 de janeiro de 2024

Poeiras

Esperando que ninguém aí desse lado sofra de alergia ao pó, e que ninguém venha daí armado de aspirador, espanador ou pano do dito, porque era chato se viesse depois de eu ter o trabalho de deixar aqui estas poeiras, siga.

oOo

Ou há dois estados na Palestina, ou não há nenhum.

Era isto que toda a gente devia estar a dizer com toda a clareza àqueles nazis do governo de Israel.

oOo

Ah. Mais drama nos Hugos.

Como tínhamos todos sentido a falta de um bocadinho de drama nos Hugos.

(e desta vez a coisa parece mais grave do que na época dos "puppies").

oOo

Olha, encontrei um conto de ficção científica. Não é bom, mas escapa como exercício de escrita de alguém que não tem experiência na escrita de FC (e se calhar também na leitura). Já li contos de FC (bem, mais ou menos) de escritores de relativo renome no mainstream que são pouco melhores que isto.

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A aliança facha está a tentar assustar a malta com a repetição do melhor governo que este país teve nos ultimos 100 anos, pelo menos, só que com alguém competente, a Mortágua, no ministério das finanças em vez do tipo que lá está agora, aquele que conseguiu a proeza de perder a câmara de Lisboa.

Eh pá, os fachos às vezes têm boas ideias. Eu quero isto. Onde é que assino?

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Os nazis de Israel parece que ainda não perceberam que o efeito que tem mostrarem fotografias de bebés assassinados pelo Hamas é lembrar as pessoas dos milhares de bebés palestinianos assassinados por eles.

(Isto foi escrito dias antes do Tribunal Internacional de Justiça ser severo com Israel numa decisão preliminar relativa à acusação de genocídio apresentada pela África do Sul. Mas parece que continuam sem perceber.)

oOo

Já agora, qual é a diferença entre um fascista e um facho?

Um fascista... é um fascista.

Um facho é aquele tipo que, se por acaso voltasse a implantar-se um regime fascista em Portugal, não seria perseguido, muito menos preso, muito menos assassinado, e pelo contrário passaria a participar com maior ou menor alegria nas estruturas do regime. Alguns dos fachos, como se tem visto, são mesmo fascistas. Outros não, talvez até prefiram a democracia, mas se vier a ditadura também estão na boa.

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Portimão está coberta por uma densa nuvem de fumo. Parece que há algum grande incêndio a arder aqui perto. Mas desconfio que não é incêndio nenhum, é só resultado da porcaria das lareiras.

Da poluição que aquelas coisas provocam ninguém fala, e é pena.

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Banana for scale? Esqueçam!

Giraffe for scale, essa é que é a cena!

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Quê, o Miguel Albuquerque é arguido? Não posso crer! Um gajo metido até ao pescoço em criptomoedas envolvido em corrupção?! Impossível!

(isto é sarcasmo, caso alguém tenha dúvidas e queira saber)

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Heh. Belo tempo de antena.

Dispensava-se o cultozinho à personalidade, mas o resto é muito, muito bom.

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Estou aqui a ouvir um jurista a discorrer na televisão sobre o processo do marquês e a sensação que me deixa é que esta malta se está completamente nas tintas para a justiça.

Adoram as bizantinices do processo judicial. Mas justiça? Bah. Borrifando!

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A diferença de discurso do PPD quanto ao caso do Costa, que não é suspeito de nada, muito menos arguido, e se demitiu, e o caso do Albuquerque, que até já arguido é mas recusa demitir-se, não só é todo um tratado em si mesma, como mostra com cristalina clareza o regabofe que aí viria se aquele bando de vigaristas vencesse as eleições e formasse governo.

(isto foi escrito, obviamente, antes do PAN tirar o tapete ao Albuquerque forçando-o a demitir-se. Mas não importa: ficou abundantemente claro para toda a gente que sem a pressão do PAN o Albuquerque não se demitia e teria o absoluto respaldo das estruturas nacionais do PPD.)

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O Ingenuity, o primeiro helicóptero a voar noutro planeta, acabou de falecer. Aparentemente, partiu-se uma das pás.

Tinha 5 voos programados, no máximo. Fez 72.

Chapeau, robozinho! Saíste muito melhor que a encomenda.

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O Lucas libertou-se. Parabéns ao Lucas. :)

(É música. E não só)


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Tenho de reconhecer que é simpático da parte do Passos Coelho vir relembrar à malta a porcaria que foram os governos dele.

Depois de ter votado na geringonça, o que terá certamente feito porque ele cumpre sempre todas as promessas que faz, não se esperava menos dele.

(sim, ainda é sarcasmo)

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Da imprensa: "Tesla recalls nearly 200,000 vehicles over faulty backup camera"

LOL!

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Eh pá, se o Marcelo pôde esperar alguns 3 meses para dissolver a AR depois de dizer que ia dissolver a AR, não é o facto de estar mais dois meses sem o poder de dissolver a Assembleia Legislativa da Madeira que quer dizer seja o que for. Só não dissolve a ALM se não quiser. E se não quiser é grave, tendo em conta os antecedentes.

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E foi isto. Não foi uma semana muito divertida, pela minha parte, mas outros trataram da diversão. As partilhas, e mais umas quantas coisas, estão na minha conta de Mastodon, acessível clicando aqui no botãozinho.


Dez Leituras em Algol-7 #6

Bom. Assim está melhor. Uns dias de calma sem que me chegue nada de Algol-7, seguidos por uma listinha catita e organizada como deve ser e, para variar, sem nódoas esquisitas à mistura. Tenho de mandar dizer ao etê que é mesmo isto, que continue assim, que venham mais coisas destas e a este ritmo porque é precisamente o que se quer.

A lista da vez é esta:

- Rebeldia, de Cristina Carvalho, livro que parece poder, com alguma boa vontade, considerar-se que contém algum fantástico, embora o foco seja muito outro, foi aqui comentado pela Almerinda Bento.

- Revelação, a distopia bíblica de A. M. Catarino que já tinha aparecido por aí, aqui comentada pela «Kou Seiya Girl».

- Depois do Destino, de Bernardo Duarte, um romance fantástico aqui comentado pela «Kou Seiya Girl».

- O Gémeo de Ompanda, de Carlos Vale Ferraz, um livro que parece ter um pé muito ao de leve mergulhado no fantástico, aqui comentado pela Isabel Daires. Já agora, não sei se a conversa da "missão civilizadora" portuguesa em África é da Isabel ou se vem no livro, e gostava de saber. É que me põe os cabelos em pé, como imagino que aconteça a qualquer pessoa que saiba em que consistiu o colonialismo português (escravatura e opressão, principalmente), e isso é relevante para perceber se o livro me interessa minimamente ou não.

- Vertigens, de Valentina Silva Ferreira, um livro que tem alguma FC e também apareceu por cá nos tempos das Leiturtugas, aqui comentado pela Rita da Nova.

- Segredo Mortal, de Bruno M. Franco, aparece mais uma vez nestas listas, agora comentado pela Fernanda, aqui.

- A Profeta, de Maria Francisca Gama, um livro que já cá tivemos em Algol-7 e também no tempo das leiturtugas, aqui comentado pela Adelaide Bernardo.

- Onde Cantam os Grilos, de Maria Isaac, um romance que, pela descrição, parece conter algum fantástico, mas também pode ser só impressão minha e não conter nenhum, aqui comentado pela «Kou Seiya Girl».

- Lisboa Noir, de Luís Corte Real, um romance de história alternativa, aqui comentado pela «Kou Seiya Girl».

- Todos os Nomes, o romance de José Saramago no qual o que tem de fantástico reside mais na atmosfera geral do livro do que propriamente na história que conta, é aqui comentado pela Cris.

Como se pode ver, muita coisa bastante tangencial e algumas algo duvidosas, na medida em que não sei, realmente, se se encaixam ou não nas literaturas do imaginário. Parecem poder encaixar-se, mas entre a aparência e a realidade por vezes vai uma distância considerável. Mas também há alguma FC, embora pouca, e outras coisas que não oferecem dúvidas, portanto está tudo certo.

Vejamos o que nos traz o etê da próxima vez. E quando essa próxima vez virá.

terça-feira, 23 de janeiro de 2024

Dez Leituras em Algol-7 #5

O etê de Algol-7 continua hiperativo, ainda que aparentemente tenha acalmado um bocadinho. Esta última parte é boa, suponho, e até a primeira o seria se não me obrigasse a mim a ter de andar a fugir para conseguir acompanhar-lhe a pedalada. Ainda não arranjei forma de o convencer a desacelerar sem o levar a parar por completo, ou quase, o que para todos os efeitos práticos seria o mesmo, mas há alguma esperança. Também não o convenci a não encher a lista de manchas estranhas de qualquer coisa. Pelo sim, pelo não, comprei um pacote de luvas de latex na farmácia, e já só mexo nelas de luvas postas. Isto das xenocontaminações não é para brincadeiras. Nem quando são apenas potenciais.

A lista que ele me mandou desta vez é esta:

- Bestiário da Isa, uma BD com monstros à mistura de Joana Afonso, aqui comentada pela Maria João.

- As Esquinas do Tempo, de Rosa Lobato de Faria, um romance que envolve viagem no tempo, aqui comentado pela Inês Pereira.

- Soberba Tentação, de Andreia Ferreira, uma fantasia urbana aqui comentada pela «Kou Seiya Girl».

- Também de Andreia Ferreira, Soberba Escuridão, outra fantasia urbana, aqui comentada pela Raquel.

- Shore: Desvendado, de M. G. Ferrey, um livro de fantasia, aqui comentado também pela Raquel.

- Jogo Mortal, de Bruno M. Franco, um tecnothriller de uma série que, pelo que tenho lido, parece ir perdendo a parte tecno e transformando-se em policiais mais despidos de contaminações, aqui comentado em vídeo pela Tita.

- Objectivo - Marte, de Karel Külle (i.e., Carlos Sardinha), um romancezinho de FC aqui brevissimamente comentado (i.e. destruído sem apelo nem agravo) pelo LV Paulo.

- Contos de Vampiros, uma antologia de... hum... contos de vampiros, organizada por Pedro Sena-Lino, aqui comentada pela Daniela Rosas.

- Nova, Nova, Nova, Nova!, um conto de ficção científica de Carlos Silva, aqui comentado pelo Nuno Ferreira.

- Sangue, uma antologia de contos sobre... errr... sangue, que não sei quem organizou, aqui comentada pela Liliana Raquel.

Uma BD, muita fantasia, especialmente da vertente urbana, alguma FC propriamente dita e outras coisas que roçam por ela, um pouco de horror. Sim, uma lista equilibrada. Se fossem todas assim, seria ótimo. Mas não quero estar a influenciar o etê. Ele que me mande o que quiser, e a ver vamos o que chega na próxima.

sábado, 20 de janeiro de 2024

Grãos de areia

Sim, é a segunda vez que faço isto, depois de Migalhas. Sim, se calhar vou intitular todos estes posts com estes exemplos de coisas pequenas e todas iguais, pelo menos à primeira vista. Vou é ter problemas em encontrar exemplos de coisas dessas, se isto for para continuar. Que sim, ainda não sei se é para continuar ou não. Depende. De várias coisas. Mas duas vezes já são mais que uma. Uma série de dois já é série.

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O desleixo, ou a falta de tempo, ou as duas coisas combinadas, deixam a entropia à solta.

A entropia acumula lixo.

Depois, quando o lixo se torna demasiado, é o bom e o bonito para nos vermos livres dele. Dá vontade de deitar tudo (tudo!) fora. Mas isso é como despejar o bebé com a água do banho, e, pior, é a saída mais preguiçosa possível.

Estou a falar do meu computador. Mas também serve para a vida cá fora.

Incluindo a política.

E a geopolítica.

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Este mapa, que me chegou daqui, é engraçado. Identifica as comunidades imigrantes mais numerosas em cada área administrativa da Península Ibérica. E o mais curioso, para mim, enquanto algarvio, é que só muito raramente me cruzo na rua com todos estes imigrantes ingleses (ou antes, britânicos) aqui na minha parte do Algarve.

Brasileiros? Ucranianos? Africanos de várias proveniências? Todos os dias. Mas britânicos? Quase nunca.

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Na boca de cada português há uma língua portuguesa.

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Será impressão minha, ou os anúncios na internet estão-se a tornar cada vez mais sórdidos?

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O X-59 é um avião muito esquisito, caneco!

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Aprendi duas coisas com o congresso dos cheganos:

1. A melhor maneira de embaraçar um chegano é perguntar-lhe o que pensa.

2. Alguns dos cheganos ainda não receberam o memorando que diz que agora têm de fazer de conta que não são fascistas.

(ou então receberam mas não o sabem ler)

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Parecendo que não, esta do Leonardo Cruz também é uma história de ficção científica.

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Há algumas coisas no universo que começam bestiais mas depois involuem até à completa patetice.

Como o steampunk.

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Há uma coisa que eu não percebo nesta cegarrega da Globalmedia: toda a gente dizer que não sabe quem é dono do grupo.

Eles não são jornalistas?

E de alguns dos títulos mais reputados em Portugal?

E não fará parte das ferramentas de um bom jornalista saber investigar precisamente este tipo de coisa?

Então estão à espera de quê?

E isto vale também para os colegas que têm manifestado solidariedade.

Estão à espera de quê?

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Muito gostam as mulheres divorciadas que querem ter aventuras sexuais comigo de me mandar emails, caneco. É quase todos os dias.

(calma... é só spam)

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Alguém me chamou a atenção para isto, e eu ri.

Pelos vistos, estou num quiz sobre Timor-Leste. Sim, leram bem. A que propósito? Pft, sei lá!

E o mais giro é que conheço mais dois dos anónimos que também lá estão, um dos quais pessoalmente.

(pergunta 7, se quiserem saber)

Há com cada uma... 😂

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Hm...

Quem será o Tom Raider?

🤔

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Parece que anda por aí uma múmia muito aborrecida porque a história já começou a reduzi-la à sua intrínseca nulidade.

Estes cadáveres políticos que se julgam vivos, pá. Não há pachorra...

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O meu teclado tem um agá pregiçoso. De vez em quando recusa-se a escrever. É um aborrecimento, mas não um aborrecimento muito grande; obriga-me a estar com atenção, mas não assim tanta que se torne mesmo chato. E às vezes saem coisas engraçadas. Como a "umanidade" que saiu agora.

É engraçado porque foi essa a opção tomada pelos italianos: abolir os agás mudos. Daí, umanità, umano, uomo. Em português ficaria umanidade, umano, omem.

Parece que falta qualquer coisa? Sim. Mas funcionaria.

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Devo dizer que esta tradução automática está absolutamente impecável.

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Outra gira do Leonardo Cruz... esta sem FC, tirando a referência verniana do título.

Mas é gira.

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Os fachos passaram décadas a irritar-se quando lhes chamávamos fachos.

Às tantas aparece por aí um partido fascista com alguma capacidade de lhes dar uns tachos. E o que fazem os fachos? Mostram que de facto não são fachos?

Qual quê! Atiram-se para os braços do partido fascista. Alguns cinco dias depois de garantirem que nunca o farão.

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Da imprensa: "Spanish singer Julio Iglesias detained at Punta Cana airport for carrying excess food in luggage"

Já não se pode ser um ancião com fome, caneco!

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Mariana Mortágua: "Propomos proibir a venda de casas a não-residentes."

Idiota da TV: "Bloco propõe proibir a venda de casas a estrangeiros."

Encontre as diferenças.

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No regime nazi de Moscovo, entretanto, criticar o poder pode não só dar prisão como, em breve, confisco de propriedade.

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E é isso. Como da última vez, podem encontrar tudo isto e muitas outras coisas na minha conta do Mastodon. É só clicarem no logotipo aqui em baixo.


sexta-feira, 19 de janeiro de 2024

Dez Leituras em Algol-7 #4

Lá em Algol-7, o amigo etê anda hiperativo. Mal me mandou uma lista, mandou logo outra a seguir. Tenho de lhe dizer para aguentar os cavalinhos, que isto assim é pressa a mais. O problema é que, prestativo como ele é, se não tiver cuidado com a forma como expresso o pedido ainda passa a enviar-me só uma lista de ano a ano, ou assim. E isso seria, digamos, aborrecido.

A lista mais recente, que voltou a chegar-me com umas nódoas de qualquer coisa estranha mas, tirando isso, a preceito, é a que segue:
 
- Três Amigos e um Desejo, de Benedita de Albuquerque, uma fábula infantil aqui comentada pela Paula Perfeito.

- Pela Cabeça do Rei, de Nuno Almeida, um romance de fantasia (sombria, aparentemente) que é aqui comentado pelo Nuno Ferreira.

- Camila, de Manuel António Araújo, um livro que parece conter algum fantástico, embora não muito, aqui comentado pela «Kou Seiya Girl»

- 13 Contos Fora da Caixa, de A. M. Catarino, um livro de contos (duh!) que francamente não sei se contêm fantástico mas, dado ser esse o ambiente em que se move habitualmente o autor, parece provável que sim, aqui comentado pela Mónica Mil-Homens.

- Também de A. M. Catarino é outro livro de contos, Fragmentário, também comentado aqui pela Mónica Mil-Homens. E este tem fantástico.

- Afastar-se, livro de contos de Luísa Costa Gomes, parece ter muito pouco fantástico, pelo menos ajuizando pelo comentário do Pedro Miguel Silva, aqui. Mas "muito pouco" é diferente de "nenhum".

- Tigres no Céu, de Karel Külle, aka Carlos Anjos Sardinha, um romance de ficção científica aqui brevissimamente comentado pelo LV Paulo.

- Olhos que Comiam Medo, de Norberto Ribeiro, livro que já apareceu na última destas listas e que desta vez foi aqui comentado pela Liliana Raquel.

- A Caverna, de José Saramago, foi aqui comentada pela «Charneca em Flor».

- Também de José Saramago é o justamente (embora às vezes não pareça quando se é obrigado a lê-lo para a escola; das minhas leituras obrigatórias só não detestei uma, e das que voltei a ler mais tarde só continuei a detestar as Viagens na Minha Terra) célebre Memorial do Convento, aqui comentado pela Mariana Leal.

Menos FC que a lista anterior, como se vê, mas a que tem é mais classicamente FC, ainda que também seja literariamente bem pior, ajuizando pelas opiniões que as acompanham.

Vamos a ver agora como faço o pedido de calma lá para Algol-7, e vamos a ver como é que o etê responde. Vou ter de pensar bem no assunto. Logo veremos o que acontece.

quinta-feira, 18 de janeiro de 2024

Mudançazinhas na Lâmpada

Aproveitando o facto de querer retirar aqui do lado direito o link para a minha conta de Facebook, de onde estou em processo de saída (já não ponho lá nada há mais de um mês, com uma única exceção), aproveitei para fazer mais umas mudançazinhas aqui no layout da Lâmpada. Coisas pequenas, em que provavelmente ninguém repararia se eu não avisasse mas, para o caso de alguém reparar, aqui fica a nota para perceber que não é nenhuma avaria nas conexões, é simplesmente resultado das minhas opções. Rima e é verdade.

Assim, desapareceu o link para o facebook e desapareceram também os botões de partilha por baixo de cada post que, por mais úteis que possam ser em algumas circunstâncias, têm a desagradável característica de funcionar como trackers. São botõezinhos de espionagem. Além de quase só permitirem a partilha em redes que me recuso a promover.

Por fim, e já que estava com a mão na massa, fiz uma coisa que já tencionava fazer há anos e anos e anos e mais anos, mas por um motivo ou outro (basicamente esquecimentos vários) fui adiando até agora: pôr em português todas as informações do rodapé dos posts.

Notinha feita, siga a festa.

quarta-feira, 17 de janeiro de 2024

Dez Leituras em Algol-7 #3

Ah. Bom. Parece que temos um etê simpático e capaz de compreender limitações e de seguir instruções. E rápido. Foi só a mensagenzinha ser-lhe mandada, e pimba, lá veio logo a resposta.

A lista que me mandou desta vez veio formatada decentemente. Com umas gotas de qualquer coisa esquisita a manchar o papel, nas quais eu tenho tentado não tocar, não vá o diabo tecê-las, mas pelo menos os nomes e os títulos vieram todos como deve ser. Nomes e títulos esses que são os que seguem:

- Lobos Sedentos da Respiração dos Dias, de Ana Gil Campos, um livro que apesar do título poético parece ser uma distopia, aqui comentado pela Maria Manuel Magalhães.

- Revelação, de A. M. Catarino, outra distopia, esta de inspiração bíblica, foi aqui comentada pela Liliana Raquel.

- Periferia, de Catarina Costa, é mais uma distopia, lida e aqui comentada pela «Kou Seiya Girl».

- A Boneca de Kokoschka, de Afonso Cruz, livro que parece conter, pelo menos subtilmente, algum do imaginário que associamos ao autor, e que foi aqui comentado pela Mariana Leal.

- Quantos Ventos na Terra, de Maria Isaac, livro que já tinha aparecido por aí, agora comentado pela Maria João, aqui.

- Palavra do Senhor, de Ana Bárbara Pedrosa, um livro de pura fantasia, que quase põe deus a conversar com os leitores, e aqui foi comentado pela Anabela Risso.

- Olhos que Comiam Medo, de Norberto Ribeiro, um livro de terror, aqui comentado pelo Nuno Ferreira.

- História do Cerco de Lisboa, de José Saramago, um romance que é quase história alternativa (afinal, o homem não chega bem a adulterar o texto) e que foi aqui comentado pela Daniela Rosas.

- Também de José Saramago, O Evangelho Segundo Jesus Cristo é outro romance com muito fantástico à mistura, aqui comentado pela «Charneca em Flor».

- Deste Silêncio em Mim, de Rui Conceição Silva, parece ser um romance de realismo mágico, pelo menos ajuizando pelo comentário da «Kou Seiya Girl», aqui.

Como se vê, desta vez há FC. Rima e é verdade. Não muita, não muito da pura-e-dura, nada tecnológica, muito centrada em distopias mais ou menos afastadas do núcleo do género, mas ela está lá. O que, vindo do etê de Algol-7 não surpreende nadinha, não é?

O que virá a seguir? Só o etê saberá.

segunda-feira, 15 de janeiro de 2024

Dez Leituras em Algol-7 #2

Lá em Algol-7, o etê decidiu armar-se aos cágados e mandar-me esta lista como se fosse um conjunto de referências bibliográficas. Bem... mais ou menos. Enfim... manias dos etês. Tive de estar a perder tempo a pôr os nomes das pessoas como deve ser. Ainda pensei não o perder, deixar ir mesmo assim, mas às vezes preciso de procurar Fulano ou Sicrano, e se escrevo os nomes de maneiras diferentes a busca dá muito mais trabalho. Já lhe mandei uma notazinha de protesto, a ver se o gajo ganha juízo. Não estou para perder tempo com as manias de sua excelência.

Enfim, a lista que me mandou desta vez é esta:

- A Trança de Inês, de Rosa Lobato de Faria, um romance em três tempos (um deles futuro), lido e comentado aqui pela Mariana Leal.

- A Profeta, de Maria Francisca Gama, um romance lido e comentado aqui pela Edite PF.

- Quantos Ventos na Terra, de Maria Isaac, um livro lido e comentado aqui pela Fernanda.

- O Caminho do Burro, de Paulo Moreiras, um livro de contos que já por cá tínhamos visto, aqui comentado pela "Kou Seiya Girl".

- Do Outro Lado, de Mafalda Santos, uma distopia que foi aqui comentada em vídeo pela Maria João Covas.

- E aqui temos duas leituras num lugar só, ambas de um tal José Saramago, não sei se conhecem. Já ouviram falar? Ótimo. As leituras são Todos os Nomes e O Homem Duplicado, dois romances comentados pela Maria Pinto.

- A Mulher-Sem-Cabeça e o Homem-do-Mau-Olhado, outro livro de contos, este de Gonçalo M. Tavares, aqui comentado pelo Gonçalo Martins de Matos.

- Bichos, de Miguel Torga, uma coletânea de contos aqui comentado pela N. Martins.

- O Perigeu da Lua Cheia, de R. C. Vicente, um romance de fantasia aqui comentado pela Daniela Rosas.

Desta vez, como se vê, o etê até leu alguma FC. O livro da Rosa Lobato de Faria tem alguma, por exemplo, e o da Mafalda Santos também. E até o Homem Duplicado, de certo modo, a tem. Está melhor. Agora é ver se o gajo não me continua a mandar as listas todas embaralhadas ou se não se põe a fazer outra etezisse esquisita qualquer, que isto com etês nunca fiando.

A ver vamos, já lá dizia o ceguinho.

sábado, 13 de janeiro de 2024

Migalhas

Migalhas, pensamentos dispersos, coisas interessantes, postas de pescada que se costumam deixar nas redes sociais mas eu, que estou pelos cabelos com as redes sociais em que toda a gente anda, resolvi trazer para o blogue.

Isto é uma salada. Não sei ainda se vai ser conteúdo normal na Lâmpada daqui para a frente, mas suponho que vamos todos descobrir em conjunto, eu e quem por aí vai chegando. Para já, é uma experiência. E começa aqui.

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Ficção científica de futuro muito, muito, MUITO distante. Em vídeo, aqui.

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Aviões movidos a caca. Hehehe. Porreiro, pá!

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Não é só em Portugal que se escolhe a palavra do ano (de resto, estas patetices de isto-ou-aquilo do ano nunca são ideias originais nossas, são sempre copiadas de algures). Lá para as américas também o fazem. E a palavra escolhida este ano é, rufo de tambores, enshittification. Tradução? Algo como merdificação, ou assim. Foi cunhada pelo Cory Doctorow, um autor de ficção científica. E o seu significado é razoavelmente óbvio.

E isso diz-vos tudo o que precisam de saber sobre o estado atual da internet. Se bem que a abrangência da palavra ultrapasse em muito a internet.

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E já que estamos a falar de Doctorow, isto, dele, tem de ser lido. É sobre um livro, é sobre o espaço, mas é sobretudo sobre tomar decisões informadas e defendermo-nos das tretas. Na condição de leitor de FC de toda a vida e escritor ocasional, tenho de dizer que concordo por inteiro com todos os argumentos que ele aqui faz.

A única coisa de que sinto falta é uma palavrinha ou duas sobre esta ideia que anda por aí de que é possível combater as alterações climáticas acrescentando mais energia ao sistema Terra através do uso de estações orbitais de captação solar. Mas suponho que não podiam falar de todas as tretas.

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OK, isto aqui em cima diz clima-x ou cuma-x?

É que o produto implícito seria bastante diferente...

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Da imprensa (tecnológica)

"YouTube agora permite enviar episódios de podcast via RSS"

OK, decididamente estou a gostar desta ressurgência do RSS.

Venham mais!

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Como sabem (e se não sabiam sabem agora), estou a dar volta aos velhos artigos que se foram acumulando no meu leitor de RSS, para aquela coisa de Algol-7. E como efeito secundário, tenho andado a ler (e a gostar) as crónicas do Leonardo Cruz na Comunidade Cultura e Arte. Como esta, por exemplo.

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E isto é tão, tão, TÃO bom!

Brasileiras e portuguesa a cantar em inglês e português (com ambos os sotaques).

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Andava desconfiado de que as enormes subidas nas pageviews da Lâmpada Mágica nos últimos anos tinham a ver com o treino de LLMs.

Vai daí perguntei ao ChatGPT e ao Bard o que eram Leiturtugas. Se andaram a cheirar por aqui deviam saber essa, certo?

Bem... continuo desconfiado.

Mas o ChatGPT disse que não conhecia a palavra, e o Bard inventou que era uma "expressão típica portuguesa" para designar gente que "lê devagar". São sempre tão fidedignos, não são?

OK, eles não sabem.

Mas cá eu continuo desconfiado.

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Dado o número de pessoas que anda a cair de janelas nos últimos tempos, a Federação Russa decidiu mudar de nome para Defenestração Russa.

Por favor, respeitem a decisão deles.

(e esta fica melhor em inglês... *suspiro*)

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Fascistas em congresso.

Fascista em discurso direto: "eu aprendi a ser obediente a quem manda".

Se alguém ainda tinha alguma dúvida...

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Raio de mania que as canecas arranjaram agora de se fazer em fanicos lá porque caíram ao chão. Drama queens do caraças.

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E pronto, assim se conclui a experiência. Caso não passe disso, uma experiência, têm tudo isto e muito mais na minha conta no Mastodon. É passarem por lá.

Caso passe de experiência, cá nos voltaremos a encontrar um dia destes.